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I CONFERÊNCIA MUNICIPAL  DE MARMELEIRO DEBATE  A SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

“Comida de Verdade no Campo e na Cidade: O que  temos e o que  queremos?”

O Consea- Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Marmeleiro  com apoio do Departamento Municipal de Saúde, Assistência Social, Agricultura, Educação e Jurídico realizou a I Conferência Municipal de Segurança  Alimentar e Nutricional nesta quarta-feira,  12 de junho, no Centro de Capacitação de Professores  da prefeitura.

O tema central do fórum foi “Comida de Verdade no Campo e na Cidade: O que  temos e o que  queremos?” e  teve três Eixos temáticos: Eixo 1-  Alimentação como Princípio de Existir; Eixo 2: Desafios e Possibilidades na Construção da Política Pública; Eixo 3: A Geografia da Fome e o Desperdício de Alimentos.

Participaram da mesa de honra: a chefe do Núcleo  Regional de Francisco Beltrão da Seab, Denise  Chiapetti Adamchukk, o presidente do Consea, Sidney Kohwald; o vice-prefeito Altair Gabriel, que representou o prefeito de Marmeleiro Jaimir Gomes, que  cumpria agenda oficial em Curitiba; a esposa do vice prefeito vice , Jane Junkes; a primeira-dama,Elizangela Gomes da Rosa,  a palestrante, doutora em Extensão Rural e professora da Unioeste, Romilda de Souza Lima; a Diretora de Assistência Social, Célia de Oliveira,  que representou os setores apoiadores,  e o vereador Augusto Baggio, representando a Câmara de Vereadores de Marmeleiro.

O vice prefeito, Altair Gabriel, destacou  que a conferência “foi uma grande oportunidade para discutirmos, pela primeira vez no município, um assunto tão sério e somente unindo  nossas forças, podemos construir  um novo caminho em direção a segurança  alimentar para todos nós”.

Durante a Conferência, a palestra sobre o tema central foi ministrada pela professora do Centro de Ciências de Saúde da Unioeste, a doutora em Extensão Rural,  Romilda de Souza Lima.  A discussão fez um link com os  3 eixos  permitindo um amplo debate sobre   a política pública de segurança alimentar e nutricional  e foi  aberto a todos os segmentos  da sociedade.

“Apesar de termos a situação de fome na América Latina e Brasil, hoje esse não é mais o principal problema. Segundo a ONU- o principal problema é o excesso, a obesidade, principalmente do alto consumo de processados. E a questão de fome está muito atrelada a baixa renda.  Há uma disponibilidade de alimentos mas existem famílias  que não tem condições de adquirir por isso, políticas públicas são extremamente importantes  nos dois sentido, embora opostos.  A importância da educação alimentar nas escolas, trabalhando o assunto com as crianças nas escolas com disciplinas, iniciativas  interessantes; a valorização da agricultura familiar principalmente nos estímulos as feiras, aos mercados , a venda direta ao consumidor, e muitos querem a produção orgânica certificada  para que tenha a segurança de que estão consumindo alimentos  de seguros”.

A doutora Rolmilda destacou ainda que “atendência  da Agricultura Familiar  é de se especializar cada vez mais na produção certificada, e isso é um desafio. Apesar do Paraná ser o maior  estado hoje  em número de agricultura orgânica, ainda precisa ampliar  e dar continuidade as politicas públicas, tanto com agricultores quanto com consumidores.  E o grande desafio é fortalecer as ações da agricultura familiar, estimular a base orgânica  e facilitar um pouco mais o processo e custo da produção e é possível conseguir isso”, enfatizou Romilda.

O presidente do Consea, Sidney considerou que, com a  conferência, foi “possível  discutir  todo o processo  e tivemos a oportunidade, pela primeira vez, de debater o assunto e   daqui sair propostas  para  melhorar nossa alimentação porque um dos pontos que  nos preocupa  é o aspecto sanitário adequado aos alimentos e o uso  de agrotóxicos já que sabemos que a nossa saúde entra pela boca,  com nossa alimentação” .

As conferências estão sendo realizadas em todos os municípios do Paraná e de Marmeleiro saíram 3 propostas que serão encaminhadas  a Conferência Regional de Segurança Alimentar e Nutricional, agendada para o dia 04 de julho, em Francisco Beltrão. Na ocasião também foram eleitos os delegados que participarão   conferência.

A Denise Chiapetti,  lembrou que as conferências  servem justamente para  subsidiar as políticas públicas que favorecem  a  população do campo e da cidade com alimentos  mais frescos e limpos de defensivos que chegam a mesa do consumidor e também  compõe a merenda escolar. “O recomendado é que no mínimo 30% dos alimentos da merenda escolar do municípios  deve vir da agricultura familiar e nós fomentamos  a iniciativa  junto as prefeituras para que  toda essa cadeia  de produção e consumo  sejam cada vez mais saudável. Nesse processo todo, há a responsabilidade dos técnicos de orientarem e  fomentarem cada vez mais os alimentos  limpos, longe dos venenos’, observou Denise.

A agricultora do Acampamento São Francisco, Iracema Castoldi Paim,  participou da conferência em Marmeleiro e para ela “foi muito importante discutirmos esse assunto porque tão usando veneno de mais e acredito que podemos  mudar essa realidade, aumentando o incentivo  do plantio orgânico, esse é o caminho, eu inclusive   vou retomar  essa produção”.

Acompanhe as propostas que serão encaminhadas a Conferência Regional:

Eixo 1:

Promover o fortalecimento da agricultura familiar, a fim de ampliar a produção de alimentos agroecológicos e orgânicos, através da desburocratização de linhas de crédito para tal e também a desburocratização de programas que promovam o acesso a estes alimentos, a implementação de grupos de produtores com suporte técnico especializado, e a inclusão destes alimentos em programas sociais.

Eixo 2:

Aprimorar e ampliar normas e diretrizes que atuem no controle do uso de agroquímicos e fortalecimento de programas que atuem diretamente na fiscalização de resíduos e agrotóxicos.

Eixo 3:

Criar a nível de estado indicadores da atual situação da fome, de hábitos alimentares e desperdício de alimentos.