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Notícia

MUSEU HISTÓRICO DE MARMELEIRO SERÁ REINAUGURADO

Postado em: 14/06/2018


 

 

O Museu Histórico de Marmeleiro será reinaugurado no próximo sábado, 16 de junho, ás 9h.  O atual local possui um espaço mais amplo e original, pois funcionará em uma antiga casa da cidade, construída no final da década de 60, e terá uma grande novidade. Será inaugurada também, a Casa dos Pratos de Madeira e Xiloteca (coleções de madeira) Erich e Sueli Apel.

O Museu foi instituído em 1986 e instalado no ano de 2008 e agora está remodelado. O prefeito Jaimir Gomes lembra que “ao resgatarmos a memória da nossa comunidade, o jeito em que vivíamos, como nos relacionávamos, estamos preservando nossa história e acreditamos que um povo que não preserva sua história tem poucas chances de construir um futuro melhor, por isso estamos reinaugurando o Museu Histórico de Marmeleiro”.  O prefeito Jaimir também agradeceu ás famílias que doaram as peças para contar um pouco mais da história da nossa gente.

Ao todo são 09 ambientes no Museu, mais de 2.500 peças antigas além dos 756 pratos de madeira da Xiloteca e dezenas de objetos também madeira como esferas, cálices, cumbucas, castiçais, relógios e outros.

Logo na entrada, o visitante poderá conhecer a “Casa dos Pratos de Madeira e Xiloteca Erich e Sueli Apel”, com mais de 756 pratos feitos de madeira e cada um de um tipo de árvore, todos talhados pelas mãos do artesão marmeleirense Erich Apel. Além dos pratos, estão expostas inúmeras peças produzidas pelo artista e curiosidades como o maior nó de pinho macho, com 1,52m. Essa é considerada a maior coleção de Pratos do Mundo e o material já foi exposto pelo artista em alguns países (Alemanha, Holanda, França e Bélgica). Todo o material foi doado pela família Apel ao Museu, um pedido deixado pelo artista antes de sua morte, aos 84 anos, em 2015.

No espaço ao lado fica a sala, que foi preparada com réplicas de objetos e mobílias para criar o cenário de como viviam as famílias, da década de 50 até 70 e 80. Também há coleções de chaveiros, moedas e dinheiro de papel. Logo a frente, na cozinha, utensílios curiosos, como a réplica de um pilão, louças e móveis, que reforçam o jeito típico de quem lidava com o dia a dia da época.

Alguns passos a frente, é possível conhecer a Sala Padre Afonso, memórias da Paróquia de Marmeleiro, roupas, objetos que traduzem a fé católica.

O espaço indígena também ganha destaque por ser uma comunidade representativa na região Sudoeste.

Para homenagear o primeiro fotógrafo da cidade, Sebastião Ramos, estão expostos os aparatos da fotografia, o laboratório e os detalhes dessa profissão que sempre encantou as pessoas além de antigas máquinas de escrever, um universo que a nova geração digital desconhece.

Ainda é possível observar relógios antigos e um quarto de casal muito charmoso da década de 70, que foi doado pela família Gregorio e Selamira Gaiovicz. Também existe um conjunto de malas da década de 30, 40 e 50.

Outro espaço com peças curiosas é o cantinho da agricultura. Ferramentas, utensílios domésticos e máquinas manuais utilizadas no campo como a de plantar feijão, milho e outros cereais; máquina de matar formigas, além do chuveiro de latão. Uma verdadeira viagem no tempo.

A Diretora de Educação e Cultura, Marilce Bednarski, ressalta que “éde grande importância para nosso município e principalmente para nossos educandos. Este local é uma fonte de saber, é um espaço de produção e socialização do conhecimento, de identificação do sujeito com a sua história. Quando preservamos a história através dos objetos aqui existentes percebemos um lugar de possíveis diálogos entre passado, presente e futuro. Um abrigo do velho e do novo, onde o homem se reencontra com o belo, com a história e a sua memória”. 

*Xiloteca é o nome dado a coleções de madeiras organizadas em um determinado espaço, destinadas a estudos e pesquisas na área florestal e tecnológica. .


PARA EDITORES:

HISTÓRICO DE ERICH APEL

Erich Apel nasceu em 14 de outubro de 1930, em Três Arroios-RS, região de Erechim e faleceu em 03 de junho de 2015. Aos 15 anos, aprendeu  a profissão com um suíço.

O pai era alfaiate, mas ele preferiu seguir a carreira de marceneiro. Em 1955 veio ao Paraná com a família, fixando residência em Marmeleiro. Em 1956 se casou com Sueli Arnô Apel (falecida), sua grande incentivadora, e teve seis filhos: Eduardo, Ricardo (falecido), Roberto, Marcelo, André, Luciano e Fabio

Em 1974 iniciou sua coleção de pratos de madeira; ao todo 1.300 e um acervo de 2.300 peças, de 600 espécies diferentes de madeira, de vários lugares do Brasil e do mundo. Todo o material foi doado pela família Apel ao Museu Histórico de Marmeleiro, um pedido deixado pelo artista antes de sua morte, aos 84 anos, em 2015.

O acervo é considerado o maior do mundo nesse formato de coleção, que conta também com esferas, cálices, cumbucas, castiçais, relógios e várias outras confeccionadas por ele ou doações de admiradores de seu trabalho.

Em 25 de novembro de 2009 Erich Apel recebeu o título de cidadão honorário do município de Marmeleiro, em homenagem aos serviços prestados em benefício da comunidade.

Durante sua vida Erich expressava a satisfação pessoal com a  confecção de pratos de madeira que considerava uma paixão e muitas peças doou e estão espalhadas pelo mundo, em países como Alemanha, Holanda, França, Bélgica entre outros.

Dos milhares de pratos já produzidos, Erich sempre comentava com a família e os amigos que, nenhum é igual, porque a produção duplicada com perfeição é impossível.  Explicava também que, a diferença estava na madeira porque as veias são uma diferente da outra e pode ter mil pratos, da mesma árvore, mas não acha um igual ao outro, por causa da textura da madeira e  de como foi serrado.

Ele aproveitava todos os pedaços de madeira que sobravam na oficina e quando encontrava tempo, transformava aquelas pontas de tábua, aparentemente imprestáveis, em lindos pratos. Erich vivia recortando madeira mas, gostava muito de plantar também, o terreno onde morava, não muito afastado do centro da cidade de Marmeleiro, ainda hoje conservado pela família, era todo coberto de árvores.

Fez muitas palestras em escolas, explicando aos alunos as técnicas que utilizava na confecção dos pratos, dispunha em sua casa de uma sala única e exclusivamente para a colocação dos pratos e nela recebeu inúmeras visitas ilustres de pessoas vindas de outros países para conhecer sua coleção que é a única deste tipo no mundo, sempre gostou muito de difundir para as pessoas, mostrar sua arte, sua coleção, explicando com muita paciência o que significava cada peça e a que madeira pertencia.

 Erich entrou para o livro dos recordes, o Guinness Book como o maior colecionador e fabricante de pratos de madeira do mundo.

Exemplo de amor pela natureza e de consciência ecológica e certa vez disse: “Quem não plantou não deveria cortar nenhuma árvore” e destacava a necessidade de haver o corte racional porque muitos cortam árvores raras que nem servem para ser comercializadas por não estarem na época certa para o corte.

Na vida pessoal, sempre foi um pai e um marido dedicado, religioso, fiel e participante ativo da comunidade.